Espetáculo “Dembwa” celebra ancestralidade e resistência no Teatro Gregório de Mattos

Espetáculo “Dembwa” celebra ancestralidade e resistência no Teatro Gregório de Mattos

Entre os dias 21 e 30 de novembro, o Teatro Gregório de Mattos recebe a temporada do espetáculo “Dembwa”, criação dos artistas e coreógrafos Marcos Ferreira e Ruan Wills. As apresentações acontecem às sextas, às 19h, e aos sábados e domingos, às 16h, em uma programação que une arte, memória e formação, por meio de uma residência artística que acontece paralelamente à temporada.

A obra nasce do encontro entre trajetórias marcadas pelas danças das religiões de matriz africana, pelo pagode baiano, funk e outras manifestações populares. A partir das memórias biográficas dos artistas — homens pretos, periféricos, afeminados e filhos de terreiro —, “Dembwa” propõe uma investigação sobre o corpo como documento, território e encruzilhada, tratando o movimento como gesto de cura, resistência e afirmação.

Concebido como um espetáculo sankofa, o trabalho retorna ao passado para reexistir no presente. Em cena, o duo mistura dança contemporânea e gestos periféricos de Salvador e do Rio de Janeiro, compondo uma coreografia que atravessa tempo e ancestralidade com força poética e política. O figurino, feito em patchwork de tecidos e roupas reaproveitadas, simboliza o corpo que se recompõe e afirma sua beleza no agora.

“Dançamos nossos quintais, nossas dores e nossas alegrias como forma de resistência. Cada passo é um gesto de reconhecimento e de saudação aos nossos”, afirma Ruan Wills. Já Marcos Ferreira destaca que “retornar ao chão é compreender o que nos foi tomado. É dançar nossas raízes para reescrever o agora”.

Residência artística e formação

Paralelamente à temporada, o projeto realiza a Residência Artística “Dembwa – Mapear o Movimento: tempo, memória e ancestralidade”, conduzida pelos próprios criadores no Centro Cultural Ensaio, no bairro do Garcia. Voltada a jovens artistas pretos(as) e LGBTQIAPN+ a partir dos 16 anos, a residência oferece um espaço de criação coletiva e pesquisa sobre o corpo como território e arquivo de memórias.

“Convidamos bailarines, performers e artistas do corpo a mergulharem em uma pesquisa sensível sobre o gesto como linguagem de cura e afirmação”, explica Marcos Ferreira.

O projeto “Dembwa – Mapear o Movimento: tempo, memória e ancestralidade” foi contemplado pelo edital Territórios Criativos – Ano II, com recursos da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), por meio do Ministério da Cultura e do Governo Federal.

Fonte: informebaiano.com.br

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